Total de visualizações de página

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Como fumaça!!!!




Num belo dia de outono alguém surgiu em minha frente de forma inesperada, mas especial. Falou o que minha alma queria ouvir, tocou o fundo do meu ser como nenhum outro pôde fazer. Eu havia dito a Paixão que não viesse mais a minha janela bater, pois por muitas tempestades eu passei e sobrevivi. Havia me reerguido depois de tantas consultas aos melhores escritores da humanidade, os quais me auxiliaram para compreender o Amor. Assim a distância da paixão eu quis ter. Fui bem enfática no meu pedido, não a queria mesmo mascarada pelo Amor. Que dizem! "O Amor é mais calmo, sereno e nada pede em troca quando surge pra gente viver melhor a vida cotidiana. Dá um sabor especial."
No entanto, não imaginei que fosse tão complicado a teoria com a prática. Então, sem perceber, vacilei. A minha vigilância foi em vão, tudo ficou na teoria dos livros. Não percebi e deixei uma fresta nesta janela, não pensava que a plantinha do amor em meu ser, ainda não tinha criado uma raiz profunda, ao ponto de sobreviver sem cobranças, caso fosse arrancada bruscamente ou maltratada por um ser antenatureza. Essa fresta fora o suficiente para este anjo-demônio penetrar no meu coração. De mansinho ele veio falando exatamente o que eu precisava ouvir, me acalmando, prometendo coisas que no fundo ele não iria cumprir. Puxa! Tão tola nos deixa a paixão. Não percebi nenhum dos sinais que talvez viessem a surgir em minha frente. A magia da paixão é assim, às vezes se mascara de amor, para depois dar o bote rápido e rasteiro, como a Naja traiçoeira.
Promessas, juras e utopias... Ele vinha e sumia. E mais promessas e desculpas, ele me consumia, e eu não conseguia ver que tudo não passava de agonia. Ele parecia um ser humano especial, com sua altura do mesmo tamanho que a sua aparente dignidade. Suas palavras pareciam transparecer a verdade de seu espírito aparentemente evoluído. Extasiava-me ouvir e sentir seu conhecimento, uma conexão tão intensa que ultrapassava o limite do real, transformava-se no transcendental por meio dos sonhos, quando ambos os corpos dormiam e encontravam-se na noite escura e misteriosa. A paixão só aumentava. Tudo era tão intenso, novos começos, uma página em branco para ambos escreverem com seu amor novinho em folha.
Mas uma coisa eu não sabia, ou talvez tivesse receio de querer ver, que nele reinava o medo, a insegurança e principalmente a covardia. Inimigas mortais da paixão, até mesmo do amor carnal, que tem seus limites. Não pude mais enxergar que tudo só passava de palavras ao vento. Ele se foi da mesma forma que surgiu 'como fumaça'. Uma fumaça cinza, que transfigurava-se a cada instante, como igualmente a instabilidade de seu ser. Apenas as palavras permaneciam intactas.


Autora: Alexsandra Rocha 04/02/09 às 21h

"O direito de autor é reconhecido independentemente de registro, depósito ou qualquer outra formalidade, artigo 12º do CIDAC, aprovado pela Lei 16/08 de 1 de Abril. Portugal /



- É o direito do autor, do criador, do tradutor, do pesquisador, do artista, de controlar o uso que se faz da sua obra, e reconhecido por lei independentemente de registro. consolidado na Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Brasil"





copy right protected Alexsandra Rocha